sábado, 7 de julho de 2012

Entenda a Palestina


Por: EVERTON PEREIRA

Em: Butiá Notícias (06-07/07/2012)

Os telejornais e a imprensa escrita trazem diariamente em seus noticiários manchetes sobre o Oriente Médio e a Palestina. Atentados, mortes, homens-bombas, cessar fogo, guerrilha, guerra por territórios são expressões comumente relacionadas com esta região do planeta que desde que nos conhecemos como gente vive em conflito, mas poucos de nós sabe ou entende o porquê de judeus e muçulmanos ou israelenses e palestinos se odiarem tanto. Saiba um pouco mais sobre esta milenar batalha que envolve política, terra, água, religião e muito, muito dinheiro.

No início do século I a Palestina, região localizada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as margens do Rio Jordão, estava sob domínio do Império Romano e os judeus que lá viviam e acreditavam segundo a sua religião que lá era a Terra Prometida, organizaram duas grandes revoltas populares, uma em 70 e outra em 133 d.C. mas foram vencidos pelos romanos. A consequência da derrota foi a expulsão dos judeus da Palestina e sua dispersão pelo mundo, episódio que ficou conhecido como diáspora. Já no século VII com o fortalecimento dos povos árabes com a organização política e religiosa do islamismo, esta população passou a povoar grande parte do Oriente Médio inclusive a Palestina, onde pequenas comunidades judaicas remanescentes da diáspora sobreviviam. A convivência entre árabes e judeus foi pacífica durante século sem qualquer atrito entre os seguidores do Corão muçulmano ou da Torá hebraica.

Espalhados pelo mundo desde a dominação romana os judeus sempre foram alvo de perseguição econômica e religiosa, principalmente pela a Santa Inquisição quando a Igreja Católica acusava o povo judeu de ter traído Cristo e o condenado junto com os romanos. Milhares de judeus foram mortos pela Igreja e seus bens confiscados pelo Vaticano. Em 1909 um grupo de judeus europeus denominados Sionistas iniciou a compra de fazendas na Palestina onde fundaram a cidade de Tel-aviv. Com o fim da Primeira Guerra Mundial a Inglaterra passou a ter controle sob a região e como potência da época, passou a administrar a região tendo em vista estabelecer uma zona de influência do ocidente no local devido a geopolítica estratégica ligada ao petróleo. A região passou a receber um número cada vez maior de judeus, principalmente após a perseguição dos nazistas nos anos 1930 e 1940. Foi então que começou os primeiros atritos entre judeus e árabes fomentados por britânicos e norte-americanos que tinham a intenção de auxiliar os judeus na criação de um território autônomo que serviria de base de influência militar e de controle na produção petrolífera.

Em 1947 a ONU partiu a Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe. Em 14 de maio de 1948, após a Segunda Guerra Mundial, os judeus fundaram o Estado de Israel que foi imediatamente reconhecido e patrocinado pelos Estados Unidos. Cerca de 56% do território ficou com os 700 mil judeus que lá viviam enquanto que menos de 43% sobraram para os 1,2 milhões de árabes muçulmanos. Jerusalém, cidade considerada sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos ficou sob controle internacional. Injustiçados pela ONU os árabes reagiram atacando Israel que com ajuda dos Estados Unidos e Inglaterra venceu a guerra e conquistou ainda mais territórios dos visinhos palestinos. Mais de 750 mil árabes se tornaram refugiados em seu próprio país o que deu início a Questão Palestina. Desde então a luta do povo palestino é de que os israelenses recuem da área ocupada e fiquem com o que lhe foi dado pela ONU em 1947. Mas tanto para os Estados Unidos, para Israel e para grupos extremistas muçulmanos e judeus a paz não é uma saída rentável a curto prazo e a guerra vai se perpetuando geração após geração.



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