sábado, 30 de outubro de 2010

PSDB FAZ UMA CAMPANHA BASEADA EM MENTIRAS



A DESINFORMAÇÃO COMO ESTRATÉGIA

Publicado no Butiá Notícias Edição 623 de 29 e 30 de outubro de 2010

Antes de entrar no tema a que me propus escrever esta semana, quero esclarecer aos meus leitores que minha coluna não foi publicada na última edição devido ao fato do espaço ter sido cedido gentilmente pelo jornal as bancadas do PP e PTB como “Direito de Resposta”. Acredito que assim como escrevi livremente na coluna intitulada “Butiá, o Rio Grande e o Brasil”, as pessoas e partidos que se sentiram ofendidos por minhas palavras tiveram também o espaço necessário para expor seus posicionamentos e direito ao contraditório. Por isso, não há no meu entender motivo para voltar a este assunto e para finalizá-lo, apesar de não ser kardecista, utilizo-me do conselho de Chico Xavier, um dos maiores líderes religiosos que o Brasil já teve: “Devemos sempre ser estações terminais de toda fofoca e boataria”.

Página virada, aqui inicia propriamente meu comentário desta semana que trata das eleições presidenciais. Vou utilizar um termo bem próximo a “fofoca” e “boataria” a que se referiu Chico: a desinformação. Se no primeiro turno assistimos a uma campanha morna, onde de um lado a candidata da situação procurava administrar o favoritismo profetizado pelas pesquisas e do outro seu principal adversário encontrava dificuldades em apresentar uma alternativa a um governo que finaliza seus dias com 80% de aprovação popular. O que assistimos agora no segundo turno é um verdadeiro retrocesso democrático e o crescimento perigoso de um discurso de extrema-direita baseado no fundamentalismo religioso, no machismo, no preconceito e na introdução do ódio na vida dos brasileiros. A desinformação passou a ser utilizada como estratégia política e a irracionalidade acabou por ocupar o lugar das propostas e da comparação de projetos.

Assim como nos Estados Unidos a ultra-direita representada por George Bush e principalmente sua então candidata a vice Sarah Palin acusava Barack Obama de “comunista”, “muçulmano”, “ateu” e até mesmo de “traidor da pátria”. Aqui no Brasil temas como o aborto, o casamento gay e a liberdade de culto e religião acabaram por pautar a campanha através de boatos anônimos, sobretudo com a utilização da internet. Na falta de um projeto para contrapor, a desinformação e a criação de “fatos” e “escândalos” são sempre as melhores saídas. E foi isso que infelizmente presenciamos nesta campanha. Um verdadeiro desrespeito com o eleitor que esperava comparar propostas ao invés de ter que conviver com o obscurantismo e o retrocesso à velha lógica fascista do “bem” contra o “mal”.

Apesar de tudo, confio no bom-senso do povo brasileiro. Povo que é por natureza, avesso a todo e qualquer radicalismo. Nação que tem como origem a miscigenação e uma história linda de convivência entre os opostos. Um país onde jamais católicos, evangélicos, umbandistas, espíritas, ateus, muçulmanos e judeus tiveram qualquer dificuldade de viver encima do mesmo chão. Um povo sincrético que sempre cultuou a vida e a alegria. Não podemos deixar que o ódio e mentira sejam semeados entre nós! A realidade fala por ela própria e contra a desinformação, a fofoca e a boataria como disse o sábio Chico Xavier, sejamos cada um de nós uma “estação terminal” e no lugar destes, disseminemos a tolerância, o respeito e o amor. Um Brasil dividido só interessa a quem não consegue mantê-lo unido. Seguimos juntos contra todo mal ou falso bem.

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