sábado, 3 de setembro de 2011

O que esperam os estudantes do Governo Dilma?



Por: EVERTON PEREIRA
Em: Butiá Notícias (02-03/09/2011)

Representantes dos estudantes de diferentes níveis reuniram-se com a presidente Dilma Roussef esta semana para apresentar reivindicações que segundo eles, o governo ou os governos petistas ainda não implementaram em sua totalidade. As duas bandeiras principais do movimento são a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação e 50% dos recursos do fundo social do Pré-Sal. A cobrança do fim do analfabetismo até 2016 também foi uma exigência dos estudantes como também a garantia de recursos para a conclusão das obras do REUNI (o programa de expansão universitária do governo federal). O reajuste imediato nos valores das bolsas para pós-graduação e a ampliação dos Institutos federais foram cobrados pelos jovens a presidente.

A pauta apresentada pelos estudantes contém 43 itens e apesar de não ter sido analisada pontualmente por Dilma a presidente determinou que os ministros Fernando Haddad, da educação e Gilberto Carvalho, secretaria geral da presidência, ficassem responsáveis por dar uma resposta ao movimento em médio prazo. A reunião dos estudantes com Dilma, no Palácio do Planalto, ocorreu após uma marcha na Esplanada dos Ministérios. O ato encerrou um uma jornada de manifestações batizada de “Agosto Verde e Amarelo” pelos organizadores, que foram a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG). O protesto reuniu 20 mil pessoas e no mínimo demonstra um certo revigoramento e unidade do movimento estudantil no país, que desde a ditadura militar vêm se enfraquecendo cada vez mais. Com estudantes cada vez mais distante da vida política e desinteressados pelos acontecimentos que norteiam a vida da nação. Os estudantes cobraram também questões não diretamente ligadas a educação como a queda da taxa de juros do Banco Central, o fim do superávit primário e a redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

A força do ato foi tamanha que a presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Camila Villejo, que ganhou notabilidade internacional ao comandar as mobilizações de massa que vêm sacudindo àquele país há três meses, compareceu ao protesto para demonstrar a solidariedade do povo chileno às bandeiras de luta dos estudantes brasileiros. Esta comunicação entre os estudantes da América-Latina é algo que enche de otimismo a luta estudantil. Em contra-partida, na Câmara dos Deputados, os estudantes participaram de uma sessão especial da Comissão de Direitos Humanos e Minorias em solidariedade à luta do povo chileno, devido a violação dos direitos humanos por parte do governo chileno. As lideranças estudantis encerraram a atividade entregando a pauta de reivindicações ao presidente da Câmara, pouco tempo antes do plenário da Casa aprovar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que visa o aumento da oferta de cursos profissionalizantes para estudantes do ensino médio.

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