domingo, 9 de setembro de 2012

Campanha é pra debate!


Por: EVERTON PEREIRA
Em: BUTIÁ NOTÍCIAS (07-08/09/2012)

O silêncio interessa a quem? Não falo do silêncio das salas de espera dos hospitais ou das igrejas onde homens buscam o refúgio nas orações. Falo do silêncio que é o antônimo de democracia. Como diz a canção: “Paz sem voz não é paz é medo”. O contrário do barulho das massas nas ruas é o silêncio das ditaduras burras e autoritárias. Estamos em setembro de 2012 e não mais em abril de 64! As eleições livres e diretas conquistadas pela luta e pelo sangue de mulheres e homens ao longo da história deste país é uma parte fundamental em nosso sistema democrático. E eleições não servem para dar emprego a políticos como pode fazer crer, mas para eleger os representantes do povo. E neste processo chamado de campanha eleitoral no qual estamos e que faltam exatos trinta dias para escolhermos vereadores e prefeitos, o que está em jogo não é quem tem mais dinheiro para gastar com propaganda e com foguetes. Mas é um tempo reservado para que os candidatos e candidatas apresentem de forma unilateral em seus comícios, programas em rádio, TV e material impresso suas propostas. E discutam com seus adversários concorrentes em debates em rádio e TV suas convergências e divergências em determinadas áreas, para que o eleitor saiba exatamente o que cada um pensa e o que fará se eleito for e qual o programa de governo de cada um e cada uma.

Como já disse estamos a trinta dias das eleições e até agora não ocorreu os tradicionais debates realizados pela Rádio Sobral tanto entre os candidatos a vice-prefeito e muito menos entre os candidatos a prefeito de Butiá. Nossa campanha eleitoral está, portanto, incompleta! É muito fácil subir num palanque, gravar um programa de rádio ou imprimir um santinho e escrever o que bem entende sem que haja alguém para contrapor a informação. Isso por si só é um ato autoritária! Muitas são as versões e até “fofocas” do porquê de não ter ainda acontecido um debate entre os cinco candidatos a prefeito de nosso município, mas citarei aquele que alguns deles me afirmaram ser a versão oficial: todos os radialistas da rádio estão envolvidos de alguma forma na campanha de alguma das coligações, desta forma a rádio não teria ninguém “neutro” para oferecer como mediador do debate. Hora, não precisarei nem me alongar na argumentação de que basta a rádio, dada a grande audiência que o debate dará, contratar ou convidar um jornalista ou radialista de fora para ser o mediador e isto, convenhamos, é muito fácil de acontecer. Confesso que até este momento não sei com toda certeza se o motivo do não acontecimento do debate é este, ou seja, a rádio. Caso seja está ai a solução do problema, já que apesar de ser uma empresa privada, uma rádio é uma concessão pública e como tal tem uma função pública a desempenhar, neste caso proporcionar transparência aos eleitores em relação ao pleito que se aproxima.

Seriam então dois os motivos de não ocorrer o debate: um a rádio não ter um mediador neutro o qual já apresentei a solução e o segundo, bem o segundo também não é tão difícil de solucionar... Neste caso o que pode estar acontecendo é que um ou mais candidatos por vários motivos entre eles a falta de um espírito democrático e o excesso de uma estratégia pragmática, podem estar querendo evitar o debate o que até certo ponto é compreensivo. Mas nada impede que se houver dois candidatos dos cinco (e eu sei que têm mais) que desejam o debate, que eles realizem entre si. Constrangedor será para quem não for, pois inclusive poderão ser feitas perguntas e acusações aos ausentes sem que estes possam respondê-las. Temos cinco candidatos. Quatro com curso superior. Um concorrendo em defesa da reeleição e outro que é ex-prefeito. Temos uma rádio com ótimo sinal e uma grande audiência. Teríamos tudo para ouvir um ótimo debate... Agora só nos resta saber o porquê do silêncio. Mais respeito com o eleitor não faria mal a ninguém...

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