sexta-feira, 18 de junho de 2010

A VERDADEIRA VERDADE


A VERDADE SOBRE A FORD

Publicado no Butiá Notícias em 18 e 19 de junho de 2010.

Em 1999 a fabricante de automóveis, Ford, comunicou o estado do RS que não iria mais instalar uma de suas fábricas em Guaíba. A multinacional havia mudado de planos e escolhera a Bahia por incentivos fiscais e financeiros oferecidos pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, através do programa Regime Automotivo Especial do Nordeste à seu aliado político, o baiano Antônio Carlos Magalhães do PFL, hoje Dem. A quebra do contrato já firmado entre a montadora e o Rio Grande do Sul gerou um processo judicial que se estendeu até dezembro de 2009 quando a 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre condenou a Ford a devolver quase R$ 200 milhões ao estado. A notícia veio a tona semanas atrás.

Por uma reação ideológica orquestrada pela mídia dominante e a oposição política ao governo petista de Olívio Dutra, o caso da Ford era reescrito como uma falha do então governador, que havia “mandado a Ford embora”. A oposição com apoio do grupo RBS (de onde vem Ana Amélia Lemos), parecia seguir a cartilha nazista de Joseph Goebbels, ministro do Povo e da Propaganda de Hitler que dizia que “uma mentira cem vezes dita, torna-se verdade”. Esta suposta “verdade” criada por um discurso conservador e anti popular demorou dez anos para ser desmascarada pela Justiça que até tardou, mas não falhou. Foram dez anos em que a militância do Partido dos Trabalhadores teve que carregar esta cruz. A cada eleição as acusações eram as mesmas e a falsa verdade sempre prevalecia sendo reforçada pela oposição.

A negociação sobre a instalação de uma montadora da Ford em Guaíba iniciou no governo de Antonio Britto. A vinda da indústria iria custar R$ 850 milhões ao estado em subsídios, infra-estrutura e incentivos fiscais. Apesar de caro, o investimento poderia valer a pena a longo prazo. O problema era que o RS não tinha este dinheiro e Britto o previa já no Orçamento de 99, proveniente da privatização completa da CEEE e CORSAN que seriam as próximas vítimas de sua política de privataria.
Por compromisso de campanha e compreensão ideológica, o governo petista não iria privatizar nenhuma empresa pública, pelo contrário, a ideia era fortalecê-la, como foi de fato confirmado ao término da gestão. De onde então viria este recurso virtual? Mesmo representando um alto investimento, a vinda da Ford foi confirmada assim como também a da General Motors em Gravataí.

A ida da Ford para Camaçari na Bahia foi uma decisão unilateral da empresa. A montadora que havia embolsado parte dos recursos de incentivo do estado, resolve ir para o nordeste tornando claro que o principal responsável pela recusa da empresa em se instalar no RS não era o governo Olívio, mas sim o governo tucano de FHC que com um “golpe” matou dois coelhos de uma só vez, pois além de agradar ACM, fragilizou o PT no Rio Grande do Sul. Agora o jogo se inverte e a mentira cai por terra.

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