terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

31 anos de PT: Uma história de mudanças



Por EVERTON PEREIRA

Neste mês de fevereiro o Partido dos Trabalhadores comemora seu 31º ano de existência. Já no Artigo 1º de seu Estatuto, o PT diz ao que veio, tanto enquanto partido político institucional ou como instrumento de lutadoras e lutadores sociais: “O PT é uma associação voluntária de cidadãs e cidadãos que se propõe a lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinada a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático”.

A história do PT confunde-se com a redemocratização, com a luta sindical e com a criação da CUT. Sua existência insere-se em um panorama de construção de partidos de esquerda com poucos paralelos no mundo. Talvez os exemplos sejam o do Partido Operário Social-Dremocrata Russo (POSDR), do Partido Social-Dremocrata da Alemanha (SPD) e do Partido Trabalhista (LP) inglês, que como o PT foram fundamentais nas conquistas sociais em seus países e continentes. Na América Latina o PT é a grande referência continental de um partido criado pelos trabalhadores e para os trabalhadores.

Antes de sua fundação, o PT já estava em gestação havia alguns anos. Foi o resultado da demanda criada pela luta contra a ditadura e pela busca de uma alternativa ao chamado “socialismo real”, imposto pelos soviéticos e pela maioria dos Partidos Comunistas. Assim o PT nasce lutando por democracia, pela terra e de grupos progressistas da Igreja Católica. Teve suas diretrizes e estatuto formulados pelos principais intelectuais de esquerda do país, entre eles Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Freire, Maria da Conceição Tavares e Marilena Chauí. Nasce erguendo a bandeira das minorias sexuais, do meio ambiente, da defesa da igualdade racial e de gênero.

Ao contrário dos partidos de (extrema) esquerda que fazem oposição a ele, o PT “veio de baixo para cima”. Foi antes uma demanda, para então tornar-se realidade. Diferente da oposição de direita, nasceu nas ruas, no campo, nas fábricas, nas Comunidades Eclesiais de Base, nas escolas e universidades e não em gabinetes. É um partido radicalmente democrático e de pluralidade interna. Com direito de tendências, é singular na história política brasileira.

O PT mudou o Brasil, mas também foi mudando ao longo destes anos. Não é um partido monolítico. Houve inclusive, mudanças negativas. Fruto de estratégias equivocadas e da perda de foco de alguns grupos. O poder é um meio, não um fim! Como diz Frei Betto: “ele deslumbra”. Como tudo que é humano, um partido está sujeito a erros. A grandeza está em aprender com eles. Em usar este aprendizado, por exemplo, nesta experiência inédita, que coloca Butiá entre poucos municípios brasileiros, que numa espécie de eclipse político alinha Prefeitura, Governo do Estado e Presidência da República. Quem imaginaria isto em 1980?

Nenhum comentário:

Postar um comentário