terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Bombeiros Voluntários?



Por EVERTON PEREIRA

Uma das pautas mais recorrentes tanto nas sessões da Câmara de Vereadores como nas diversas “bocas malditas” espalhadas pela cidade é o fato de Butiá não possuir um Corpo de Bombeiros. O assunto se alvoroça ainda mais quando ocorrem incêndios e famílias ficam sem ter onde morar. Por sorte, vítimas fatais são raras, mas perder uma casa em poucos minutos consumida pelas chamas talvez seja uma das piores coisas que pode acontecer a uma pessoa. Muito além de um bem material, uma casa é um lar, é onde está nossa história e de nossa família.

Acho louvável a iniciativa que algumas pessoas da comunidade vêm tendo na busca de solucionar o problema da falta de um Corpo de Bombeiros no município. A alternativa e até onde sei a única discutida até aqui, seria a formação de um grupo de bombeiros voluntários. Sei que a maioria das pessoas engajadas nesta causa estão realmente procurando contribuir de alguma forma na solução do problema. Mas no discurso e iniciativa de outros, já percebo o eco de 2012. As eleições estão chegando e pretensos candidatos parecem estar à procura de bandeiras para defender em seus palanques. Nada mais correto na democracia que um candidato ter um foco em suas propostas, deixando-as inclusive mais claras ao eleitor. Mas no caso deste problema específico, creio que a discussão deva ser travada com mais seriedade e conhecimento e talvez com menos demagogia e oportunismo.

Alguns aspectos devem ficar claros a população e me parecem que não estão. Muitos dos poucos “bombeiros voluntários” existentes são na verdade extensões de empresas de segurança privada que prestam serviço de emergência para incêndios, o que nada têm de voluntário. Outra questão importante é relativa a responsabilidade sobre a saúde e a vida dos bombeiros voluntários. No caso de um acidente, onde ao tentar combater um incêndio uma dessas pessoas venha a morrer quem se responsabilizará? A quem a viúva e a família do bombeiro voluntário vão cobrar a pensão ou mesmo a indenização? E se o voluntário não morrer, mas ficar inválido, como se dará o processo de aposentadoria? E o custo de manutenção dos equipamentos, quem pagará?

Estas são algumas das várias implicações que a criação de uma estrutura de bombeiros voluntários suscita. Não quero aqui jogar água fria ou desmerecer a intenção daqueles que estão realmente imbuídos nesta ideia. Mas minha opinião é de que a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Obras, treinando dois ou três servidores e comprando uma bomba mais potente de água, teria condições de prestar os primeiros socorros tal como fariam os bombeiros voluntários. Esta não seria uma solução definitiva, mas realista. Temos sim é que aproveitar a oportunidade inédita onde o prefeito, o governador e a presidente da República são todos do mesmo partido para, através de uma articulação política que envolva inclusive o município de Minas do Leão, ter de fato um Corpo de Bombeiros efetivo em nossa cidade. Esta sim seria uma solução verdadeira! Uma solução da grandeza de nossos cidadãos que não devem mais se contentar com o “quase” ou com o “improviso”. Vamos acordar! Butiá não é mais o mesmo. Temos que sonhar grande, querer grande e ser cada vez maiores.

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