segunda-feira, 9 de maio de 2011

A mãe de minha filha



Por: EVERTON PEREIRA
Em: Butiá Notícias (06-07/05/2011)

Tem gente que nasce para ser médico. Outros para serem padres, alguns para ser professores, policiais, operários, motoristas, outros – estes em número bem menor – para serem astronautas. A mãe de minha filha nasceu para ser mãe. Não que ela não seja uma boa esposa ou uma ótima professora - sua profissão. Pelo contrário, é boa em tudo que faz. Mas é melhor ainda como mãe. Na verdade eu já sabia. Bem antes da barriga crescer e de saber que lá dentro estava a Clara, aguardando o dia 06 de novembro de 2010 para sair. Já sabia por que a gente conhece as mulheres pelo olhar, pela voz, pelo jeito de falar e gesticular. Sabe quando uma delas nasce para ser mãe. Tem a vocação da maternidade. Quando já age e interage com o mundo como se mãe fosse de tudo. Mãe da gente, do namorado, do marido. Mãe dos animais. Mãe dos amigos e colegas. Mãe do trabalho. Mãe da própria mãe e até da avó. Mãe dos filhos dos outros. Mãe dos objetos preferidos. A mãe de minha filha nasceu para ser mãe. Basta ver ela cantando aquelas músicas de criança, que quando a gente não tem filhos acha bobas, mas depois que eles chegam, até encontramos certa graça – principalmente quando quem canta é a mãe de nossos filhos. A voz dela lhe condena: nasceu para ser mãe. A prova disso está também no jeito que ela dá banho e troca fraldas. Banho e fraldas que ela parecia ser programada para dar e trocar. Banho de chuveiro que eu só de olhar tremia e ela sorria, junto com a menina molhada. A mãe de minha filha nasceu para ser mãe, basta ver as duas juntas quando é hora do “tetê”. Uma bela cena. Uma cena que nunca apagarei da memória. A mãe de minha filha é como se tivesse nascido com um chip: programada para ser mãe. Naturalmente ela é mãe. Sem insegurança, com cuidado e muito amor. Segurança até na hora do parto, como se tudo já tivesse sido ensaiado - como numa peça de teatro. A ciência diz que é o instinto, mas assim como tem gente que não nasceu para ser engenheiro, tem gente que não nasceu para ser mãe. A mãe de minha filha nasceu. A voz, o sorriso, o carinho: tudo a denuncia. Minha filha tem sorte de ter uma mãe como a mãe dela. Uma mãe que parece que sempre foi mãe, mesmo quando só tinha bonecas e eu ainda nem sabia que ela existia. A mãe de minha filha é tudo de bom. Este 08 de maio é seu primeiro dia das mães com a pequena no colo – ano passado era na barriga... Mas nem parece ser o primeiro. A mãe de minha filha por ser ela, única e incrivelmente diferente de tudo que conheço, sempre será a mãe de meus filhos. Espero que eu e todos os outros pais estejamos à altura das mães de nossos filhos. Para a mãe de minha filha e todas as outras mães do mundo um feliz dia das mães.

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