segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Covardia na rede



Por: EVERTON PEREIRA
Em: Butiá Notícias (20-21/01/2012)

Creio que a internet seja uma das ferramentas que mais presta serviço a democracia e sua expansão mundo a fora. Há bem pouco tempo revoluções e levantes populares que derrubaram ditaduras e depuseram tiranos teve como forma de agregação, comunicação e organização popular a rede mundial de computadores. Talvez por isso ela seja tão detestada e vista com tanto receio por governos autoritários como o chinês e outros baseados no fundamentalismo religioso. A democratização da informação trazida com a internet e o próprio volume de informação, simplesmente é algo fora do controle. Se há poucas décadas atrás eram necessários livros, revistas, discos, cd’s, dvd’s para acessar algum tipo de informação ou entretenimento, hoje está tudo ao alcance do teclado e do mouse. Temos o mundo diante dos nossos olhos, mas como bons turistas, é sempre interessante antes de chegar ao destino, ter uma ideia sobre o que queremos lá para que não nos perdermos no caminho ou sairmos do foco.

Nada é totalmente bom nem totalmente mal. O que pode servir para ampliar o conhecimento, buscar mais informações do que está acontecendo no mundo ou mesmo ampliar o número de amigos, conhecer novas músicas e filmes, também pode servir para a prática de crimes como a pedofilia, a homofobia, o racismo, a disseminação de ideologias que pregam o ódio como o nazismo ou mesmo de maneira direta, atacar pessoas com calúnias e difamação. Neste caso em especial as redes sociais como o Facebook e o Orkut, talvez as mais conhecidas em nosso meio, sejam o terreno mais fértil. Ferramentas criadas para cultivar a amizade, arranjar namorados ou mesmo parcerias profissionais e discutir ideias, as redes sociais andam ultimamente sendo utilizada de maneira covarde para o denuncismo anônimo principalmente na esfera política.

Na antiga Grécia, berço da democracia ocidental, a ágora era o principal local da cidade. A praça pública onde se dava os debates sobre política, religião, enfim, tudo que fosse de interesse público. Mas sempre no olho a olho. Talvez hoje o Facebook tenha substituído em parte a ágora, mas com um detalhe: nele é possível que pessoas más intencionadas, utilizando-se de nomes e identidades falsas acusem outras sem a coragem de usar o verdadeiro nome. Durante esta semana infelizmente eu e outros companheiros do Partido dos Trabalhadores, alguns membros, outros não do Governo Municipal, fomos acusados covardemente por identidades falsas, os chamados “fakes”. Acusações que não tem a mínima consistência legal e que servem somente para criar um clima de boataria, fazendo do debate político não um debate de ideias e projetos, mas uma verdadeira praça de fofocas. A única forma que se tem de combater os “fakes” é não aceitar a solicitação de amizade de quem não conhecemos ou ao menos verificar o perfil da pessoa antes de aceitá-la como amigo ou amiga. No caso da certeza de ser um “fake” o correto é denunciar através da própria rede social que tem local específico para isto. No mais é não dar ouvidos, ou olhos, a boataria, pois numa democracia todos somos inocentes até que provem o contrário e só quem tem o poder de condenar ou absolver alguém é a Justiça e, portanto, só a ela devemos respostas.

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