segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Fórum Social Temático: crise capitalista e justiça social e ambiental




Por: EVERTON PEREIRA
Em: Butiá Notícias (27-28/01/2012)

Desde a terça-feira 24, as organizações envolvidas com o processo do Fórum Social Mundial iniciaram um processo de debate que tem como foco a crise do sistema capitalista iniciada em 2008 e os problemas ambientais enfrentados pela humanidade. O evento chamado de Fórum Social Temático (FST) acontece concomitantemente em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo e terá seu encerramento neste domingo dia 29. Uma das funções do FST é a preparação para a Rio+20, conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, marcada para junho deste ano no Rio de Janeiro ao mesmo tempo em que busca tornar claras as contradições próprias do sistema capitalista com a produção de desigualdades sociais extremas e a destruição do meio ambiente. O pontapé inicial ocorreu no início da manhã da terça, com uma palestra de José Graziano, recém-empossado diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), no Palácio Piratini.

Mesmo sem a pretensão de ser uma reunião mundial, o evento receberá centenas de estrangeiros. A presidente Dilma Rousseff também veio e com ela sete ministros para atividades sobre a crise internacional, o combate à pobreza e a Rio+20 bem como o presidente uruguaio José Mujica, que junto a presidente brasileira, realizou na quinta-feira, o ato “Diálogo entre a Sociedade Civil e o Governo”, quando uma delegação de militantes petistas de Butiá prestigiaram o evento. O Fórum Temático terá 900 atividades, entre palestras, oficinas, seminários e apresentações artísticas. Paralelo ao FST acontece também o Fórum Mundial de Educação. Um dos eventos mais aguardados do Fórum Mundial de Educação ocorrerá no dia 27, quando acontece um debate entre a militante estudantil chilena Camila Vallejo, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos e a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos).

Além disso, o FST terá feiras de economia solidária, praças de alimentação natural e o Acampamento Intercontinental da Juventude, no Parque Harmonia, em Porto Alegre. Ao todos, os organizadores esperam a participação de mais de 40 mil pessoas. Até pelo fato de ocorrer simultaneamente em quatro cidades distintas, a descentralização será uma das marcas do FST 2012. Em Porto Alegre, as atividades foram realizadas principalmente na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Usina do Gasômetro, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores, Memorial do Rio Grande do Sul, Jardim Botânico, Cais do Porto e Casa de Cultura Mário Quintana. Em Canoas, as atividades ocorrerão na Unilasalle, Paço Municipal e Parque Eduardo Gomes. Em São Leopoldo, a sede do Fórum será o Centro de Eventos da cidade. Já em Novo Hamburgo, as atividades acontecerão nos pavilhões da FENAC, onde aconteceu no dia 25 um dos mais importantes debates do evento que foi: “Sustentabilidade Urbana”. Uma discussão sobre a aparente contradição entre o crescimento das cidades e a preservação do meio ambiente. O grande desafio para o FST e o mesmo imposto ao Fórum Social Mundial: intervir com suas propostas e deliberações na realidade imposta pelo sistema capitalista e se não modificá-lo plenamente - transformando em algo para além dele mesmo - ao menos que o torne mais esperançoso para esta e as futuras gerações.

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