sábado, 22 de maio de 2010

Bicicleta: deslocamento sustentável


Publicado no Butiá Notícias Edição 600 de 21 e 22 de maio de 2010

BICICLETA: DESLOCAMENTO SUSTENTÁVEL

Observando os noticiários sobre a economia do país, tem-se a impressão de que o sucesso financeiro da nação se mede pelos números de automóveis vendidos e fabricados no mercado interno. Se de um lado este quadro torna claro que o poder aquisitivo do brasileiro vem evoluindo durante a atual administração federal e que isso significa desenvolvimento, por outro, a evolução nas vendas de automóveis indica um futuro colapso no sistema rodoviário brasileiro e planetário a médio prazo.
O uso da bicicleta como alternativa ao transporte automotivo é hábito cultural de países como a Dinamarca, Alemanha e Noruega. Pedalar não significa “pertencer a uma classe inferior” como por aqui se crê e sim, ser inteligente o bastante para economizar dinheiro, realizar uma atividade física e não poluir o meio ambiente, tudo de uma só vez. Andar de bicicleta é um meio de transporte não poluente e uma alternativa necessária contra o sedentarismo e doenças como pressão alta e depressão (por liberar endorfina) e pela poluição ambiental produzida por uma civilização que acumula diariamente toneladas de CO2 na atmosfera.
O problema é que o modo de produção capitalista cria, como já dizia Marx há mais de cem anos atrás, os “fetiches”, que valorizam determinada mercadoria pelo valor simbólico e não de produção que ela possui. Pagamos por uma idéia. Ao longo das últimas décadas a propriedade de carro vem se democratizando no Brasil e muito incentivada por uma espécie de “culto ao automóvel”. Mais que um meio de transporte contra o calor do sol e a chuva no inverno, o carro tornou-se objeto de desejo e de poder de grande parte da sociedade. É hoje sinal de status e posição social.
Por outro lado, a precariedade do transporte público e coletivo, alternativas mais “ecológicas”, desestimula a utilização desta modalidade de deslocamento principalmente por aqueles que possuem carros. A única saída racional e sustentável é o investimento progressivo em transportes não poluentes como a bicicleta e também nos transportes coletivos e de combustíveis mais sustentáveis. Não existe mais espaço físico nas grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Cidade do México para ampliação ou mesmo melhoria em vias de grande fluxo de veículos. É comum no trânsito, que o número de carros com uma só pessoa seja superior ao número de carros com alguém mais do que o motorista.
A ampliação do número de pessoas, substituindo o transporte de curta distância para a bicicleta em detrimento do automóvel, deve ser um dos focos de ações de educação ambiental. Um passeio ciclístico como o que o governo municipal está organizando para o dia 06 de junho é um passo simbólico de grande importância no sentindo de conscientizar a comunidade de problemas que estão pedindo soluções urgentes para questões como o futuro do petróleo, dos transportes e de um homem cada vez mais sedentário.

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