sábado, 27 de novembro de 2010

POR UMA ALIMENTAÇÃO MAIS SAUDÁVEL



O VENENO NOSSO DE CADA DIA

Publicado no Butiá Notícias Edição 627 de 26 e 27 de novembro de 2010.

O Brasil registra anualmente cerca de 20 mil casos de câncer de estômago, a maioria é consequente de alimentos contaminados. Desde 20 mil, 12 mil vão a óbito. Estes números demonstram aquilo que toda a população já vem percebendo há algum tempo. Qual de nós não conhece alguém que morreu ou está sofrendo de câncer de estômago nos últimos anos? Sem falar de outros tipos de câncer que também podem ser causados pela ingestão de alimentos contaminados ou que contenham substâncias cancerígenas e tóxicas. O mal já não é só o que sai, mas também o que entra na boca do homem.

Nosso país desde 2007 se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas, os chamados agrotóxicos. Somente na última safra o oligopólio transnacional que produz estes “venenos alimentares” venderam um bilhão de litros de agrotóxicos. Isso representa nada menos que 6 litros de veneno por pessoa ou 150 litros por hectare cultivado. Estes indicadores não têm comparativos com nenhum outro país no mundo. É um pequeno número de empresas como a Bayer, a Basf, Syngenta, Monsanto, Du Pont e a Shell Química que controlam e estimulam o comércio mundial destes produtos e o Brasil é o melhor e maior cliente.

Assim como os transgênicos recentemente, os venenos agrícolas foram o “grande achado” da agricultura nos anos 70 com a chamada “Revolução Verde”. Ambos prometiam o fim da fome no mundo, mas nem um, nem o outro realizaram tal feito, pelo contrário. A produção de alimentos apesar de ter aumentando, continua sendo controlada por um pequeno grupo de empresas. Logo, o problema da fome no mundo não é a quantidade de alimentos produzidos, mas a má distribuição destes alimentos.
Outro problema que potencializa o efeito nocivo dos chamados defensivos agrícola é a pulverização aérea. O Brasil possui a terceira maior frota de aviões de pulverização agrícola. Esta prática é a mais contaminadora e comprometedora para a população.

Além do aumento dos casos de câncer, o uso cada vez maior e sem controle de agrotóxicos vem aumentando o número de abortos em populações que vivem próximas a grandes lavouras que utilizam estes produtos. Somente em 2010 a ANVISA detectou e destruiu cerca de 500 mil litros de venenos adulterados por grandes empresas. A falsificação da fórmula autorizada deixa o veneno mais potente, criando uma falsa sensação de rendimento para o agricultor que paga com sua saúde o preço de tal prática, além de contaminar ainda mais o conjunto do meio ambiente e dos consumidores.

São necessárias políticas públicas que pensem seriamente neste grave problema. É necessário proibir certos agrotóxicos, acabar com a aviação agrícola, dar fim a propaganda destes venenos e responsabilizar as empresas produtoras por todas as consequências ambientais e na saúde da população.

Nenhum comentário:

Postar um comentário