sábado, 17 de dezembro de 2011

Os camaleões e a politicagem congênita



Por: EVERTON PEREIRA
Em: Butiá Notícias (16-17/12/2011)

Camaleões é uma espécie muito conhecida na família dos lagartos – denominados pelos especialistas através do nome científico de chamaeleonidae. Existem aproximadamente 80 tipos diferentes de camaleões e a maior parte deles estão na África Saariana. O que distinguem estes lagartos dos demais é sua incrível capacidade de mudar de cor, assumindo as tonalidades do ambiente em que estão. Está iniciando uma pesquisa em algumas universidades brasileiras - principalmente as paulistas - para estudar um fenômeno que a biologia ainda não encontrou explicação e por isso está buscando a colaboração das ciências humanas como a história e a sociologia. Trata-se de um gene comum a camaleões e muitos seres humanos, sendo que 99,9% destes humanos coincidentemente frequentam o meio político. Um dos homenageados pela descoberta do estranhíssimo gene será o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que mesmo sem querer acabou por colaborar com o progresso da ciência ao criar um partido político que sem medo das críticas dos radicais ideológicos assumiu não ter ideais, programa político e não ser de esquerda, de centro ou de direita. É um nada. Um vácuo ideológico e programático. Ao ressuscitar o falecido PSD de Kubichek, com a utilização de nomes e assinaturas falsas, Kassab ajudou no avanço das ciências biológicas e sociais. Criou o primeiro partido oficialmente sem cor da história brasileira, um partido camaleão, que poderá se adaptar tanto a estrela vermelha petista, como ao tucano azul e amarelo do PSDB – isso claro, dependendo de quem dá mais - mascarado no velho discurso demagógico de que está a serviço dos interesses do país e não de ideologias.

O que mais está impressionando os cientistas é a capacidade de contaminação e propagação do gene camaleão que na linguagem popular já está sendo chamado de politicagem congênita. Em todo o Brasil focos da mudança genética já estão sendo registrados em Assembléias Legislativas, Prefeituras e Câmaras de Vereadores. Políticos que a vida inteira passaram se degladiando, de uma hora para outra tornam-se aliados para compor governos, mesas diretoras e defender ideais. Por isso a mutação genética também está recebendo o nome de “gene paz e amor”. Mas claro que sempre existem cargos e “interésses” (como diria Brizola) por de traz do amor e da paz. Mas isso é uma outra história... Para aqueles políticos radicais, presos a ideias e utopias que temem contaminar-se ou acometer-se com a mutação genética camaleônica, os cientistas estão prescrevendo estudos de ciência política, não deixar-se apaixonar-se pelas benesses do poder, não ser conivente com intrigas e boatarias propagas pela mídia dita imparcial e principalmente ter sempre em mente que o poder é um meio e não um fim. A tarefa é difícil, mas não impossível.

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